Tenho vontade de tocar
teu rosto com as pontas
dos dedos com a mesma
emoção de um cego ao
tocar um livro de poemas
em braile, pela primeira vez
Quero te pegar no colo
com a mesma emoção da mãe
ao pegar seu filho recém-nascido
Quero acordar ao teu lado
com a mesma emoção de
um doente acordando de
coma profundo
Quero escrever um poema
pra ti com a mesma emoção
de um analfabeto que acabara de
aprender a ler e escrever
E com a mesma emoção
de um analfabeto que aprendeu ler,
recitarei um poema pra ti, olhando
em teus olhos
Se a emoção for muita a ponto
de parar o recital no meio,
te darei um beijo para quebrar o silêncio.
Pergentino Júnior
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